The Killing é uma série capaz de causar conflito entre você contra você mesmo. É impressionante como bons personagens e uma boa história podem prender você, mesmo que por vezes o roteiro seja falho.
Se considerarmos Netflix Jesus, The killing seria Lázaro, a série da AMC teve uma boa primeira temporada com um final duvidoso, no fim da segunda temporada acabou por ser cancelada, mas os fãs não deixariam a dupla de detetives Sarah Linden(Mireille Enos) e Stephen Holder(Joel Kinnaman) desamparados, e então a série ressucitou para uma terceira temporada. Uma temporada com uma boa trama, alguns clichês e vários personagens tão naturais que parece pertencer de fato ao mundo real, a audiência não ajudou e a série morreu mais uma vez, a AMC, mesmo canal que produz The Walking Dead, Breaking Bad e Mad Men desistiu da série. Mas então, vindo dos céus, a Netflix mais uma vez ressucita a série para uma quarta e última temporada.
A história da primeira temporada gira em torno do assassinato de Rosie Larsen, que é achada no porta-malas de um carro, jogado em um lago nas redondezas de Seattle, mas nada é tão simples, a apenas alguns dias das eleições para prefeito, o carro em que Rosie foi encontrada era um carro de campanha de um dos candidatos. O caso cai nas mãos da experiente e determinada Det. Sarah Linden, que conta com ajuda do seu novo parceiro, que foi transferido dos Narcóticos para a Delegacia de Homícidios, Det. Stephen Holder.
Um dos grandes diferenciais de The Killing em relação a outras séries de investigação criminal é que ao invés de termos o famoso caso da semana, a primeira temporada toda se baseia na investigação do desaparecimento de Rosie Larsen, nas consequências que isso traz para a família dela, em como o caso afeta os detetives, como afeta as campanhas dos candidatos à prefeitura, porque acima de tudo The Killing é uma série de personagens e como a história afeta esses personagens. E a série não decepciona quanto a isso, os personagens tem dilemas muito fáceis de se identificar e é fácil se apegar a eles, a dupla de protagonistas esbanjam carisma e química, o público consegue entender perfeitamente o comportamento de ambos, as decisões, os dilemas, eles se tornam praticamente família para quem acompanha.
A série teve algumas controvérsias em relação ao final da primeira temporada, que arrastou a trama para a segunda ao invés de revelar a trama e entregar o “bad guy”, mas segunda temporada é muito sólida, acabando por compensar com méritos a acovardade da primeira.
A partir daí é tarde demais para desapegar dos personagens, as duas temporadas seguintes não decepcionam. The Killing pode não ser genial, mas é uma ótima série com momentos fantásticos. Se está cansado de mais do mesmo, vá para Netflix e assista The Killing.