Dentre as penumbras de um supermercado abandonado, uma família – cujos membros não sabemos o nome até a subida dos créditos finais – busca por suprimentos, se esquivando pelas esquinas de uma cidade deserta e sitiada. Há um cuidado extremo por parte deles (os pais e seus três filhos) em evitar fazer qualquer espécie de barulho. A comunicação é feita através da linguagem de sinais. O temor em produzir algum ruído os obrigam a andar descalços como a também polvilhar as trilhas que mais utilizam com uma espécie de pó branco para abafar o som de seus passos. Quando o Pai (John Krasinski, de Detroit em Rebelião e da série The Office) faz um esforço hercúleo para impedir que um brinquedo caía no chão nos leva a compreender o quão grave é o barulho nas atuais circunstâncias, mesmo desconhecendo a real motivação para tal comportamento.
Mas isso não dura muito tempo. No caminho de volta para casa, ainda num descuido com o brinquedo, o Caçula (Cade Woodward) acaba sendo atacado violentamente por uma criatura que apenas vemos de relance. A única certeza aqui é o ataque feroz e mortal que ela promove, não oferecendo nenhuma brecha para que sua presa possa se defender, dando razão para toda a precaução com que os sobreviventes passaram a viver agora. Os registros anotados pelo Pai da família deixam claro a dimensão global da situação pela qual eles enfrentam. Enquanto recortes de jornais relatam a calamidade de outras cidades pelo mundo, anotações pessoais do Pai mostram que ele vem estudando os animais em seus hábitos e estimando a quantidade existente deles próxima a sua propriedade. Através desse estudo e dessas observações que chegamos à principal característica delas: a sua incapacidade de enxergar – vivem, se locomovem e atacam usando apenas a sua aguçada capacidade auditiva.