Começou na última sexta-feira (dia 19) mais uma edição do My French Film Festival. Em 2018, o festival que traz os títulos mais recentes do cinema em língua francesa, chega em seu oitavo ano apostando mais uma vez num conceito inédito: disponibilizar a sua programação via streaming para o mundo todo.
O acesso é gratuito em várias partes do mundo (o Brasil incluso). Para conferir todos os 11 longas e 16 curtas-metragens que integram o line-up do #MyFFF, basta acessar o site www.myfrenchfilmfestival.com, criar o cadastro (fazer login através de suas redes sociais também é permitido) e pronto. O acesso está liberado e você poderá desfrutar das produções até o próximo dia 19 de fevereiro, quando se encerra o festival.
Fiquem ligados ao longo dos próximos dias aqui no Ser ou Não Sei que traremos mais posts da nossa cobertura especial sobre o My French Film Festival.
Para começar as atividades, o escolhido foi o curta WEI OR DIE, uma produção inventiva e interativa que permite ao espectador escolher vários pontos de vista dos acontecimentos que giram em torno de uma fatalidade em uma festa universitária!
WEI OR DIE [França, 2015]
Wei é uma típica festa universitária para recepcionar os calouros de uma faculdade ou de um curso, oferecendo integração destes com os veteranos. Não precisa nem ser mencionado que uma festa desse porte é regada a muita azaração, bebidas e drogas.
A produção de Simon Bouisson é um curta que, em tese, tem 45 minutos se o espectador optar pela linha narrativa que lhe é apresentada. Como assim? Bem, WEI OR DIE tem um estrutura narrativa extremamente interessante devido a sua interatividade (algo que só um festival online via streaming pode oferecer).
O filme oferece uma linha de tempo dividida em sete horários diferentes (11h15, 14h25, 16h17, 21h46, 00h16, 02h13 e 03h41) entre um sábado e domingo. A história é contada em tempo real em cada um deles, usando-se de diversos tipos de captação de imagens: circuitos internos de segurança de um ônibus ou de uma propriedade privada e ainda vídeos de câmeras, tablet’s, celulares ou qualquer outro aparelho eletrônico que algum personagem esteja usando no momento dos acontecimentos.
O filme então oferece (infelizmente apenas com legendas em inglês) as opções para que o espectador possa alternar os pontos de vista da história naquele período de tempo específico: um outro ângulo da cena, uma outra imagem que ocorra simultaneamente em um segundo ambiente… Assim, WEI OR DIE, para os mais curiosos, pode ter mais do que os 45 minutos previstos. Um exercício narrativo fascinante.
Pelo primeiro formato da história que me foi apresentado (sem testar as demais opções), o curta acompanha os universitários desde o ônibus no sábado pela manhã (11h15) até a chegada à uma espécie de chácara (14h25). A curtição se inicia com o processo de escolha dos patronos da festa: o senhor e a senhora Naked, os “Pelados”, títulos de JB (Xavier Lacaille) e Melanie (Laurette Tessier), respectivamente.
O WEI OR DIE pode ser definido, inclusive, como um mega-trote. Corpos nus banhados de leite, por tinta ou bebida alcoólica, cabeças raspadas e desentendimentos entre os presentes são comuns ao longo do fim de semana. Conforme o evento transcorre, e o consumo de drogas e bebidas se acentua, as brincadeiras também aumentam de intensidade. Algumas até bem sem graça como simular uma queda da janela, um afogamento ou uma tortura (quando resolvem jogar água sobre o rosto de alguém coberto por uma camisa, inspirados no filme A Hora Mais Escura).
Chega-se em um momento que a situação sai do controle e uma fatalidade acaba ocorrendo. Como lidar com o pânico? Bem, pela maturidade dos envolvidos que testemunhamos até aqui, a opção escolhida certamente será aquela que beira a irresponsabilidade e covardia.
NOTA: 5/5