Finalmente chegou o dia 25/08/17 (hoje, quando escrevo já é 26), estreia do Live Action de Death Note no Netflix.
Em todos os posts anteriores, eu falei sobre boas expectativas quanto a esse filme:
Sempre comentei que teríamos que entender que seria uma adaptação. Não só de anime para filme, mas também de Japão para EUA.
Também falei como seria difícil olhar o filme sem fazer comparações com o anime e ser influenciado por isso. E realmente foi.
Eu levei tudo isso em conta na hora de assistir o filme, inclusive a minha expectativa pelos excelentes trailers, no entanto, fui decepcionado. E na sequência, eu já explico os motivos.
Death Note Netflix – Sinopse e análise do filme em si
Nesse primeiro momento, tentarei resumir e avaliar o filme em si, sem comparações com o anime ou com as expectativas criadas.
De cara, temos um bom e velho clichê de escola americana.
Um CDF que sofre bullying. A líder de torcida bacana que tá afim dele, mas que namora um babaca.
O CDF apanha, e ao invés de ser feita justiça, é dado mais atenção à descoberta de que ele vende temas de casa.
Em casa, ele é revoltado pela perda da mãe. O pai é um policial conservador, e ambos tem um péssimo relacionamento.
O tal CDF, Light Turner, encontra um misterioso caderno que caiu do céu. Bom, nem ele, nem o roteiro, nem o câmera, nem ninguém dá grande atenção ao tal caderno nesse momento. Não é criada expectativa sobre o caderno, nada. É uma cena demasiado insossa, para algo que é o estopim do filme, afinal, o Death Note deveria ser o personagem principal. Não, personagem não é só quem anda e fala, o caderno, nesse caso, é um personagem. Ele é o nome do filme, tudo gira em torno e a partir do descobrimento dele. Então ele é o personagem principal. Só que é dada pouquíssima atenção a ele.
Na detenção, Light vai mexer no tal caderno como quem não quer nada. Aí tudo acontece. Aparece um monstro horrível, há uma ventania, um ar sinistro meia-boca e o apavoramento de Light. Quem apareceu é Ryuk, o deus da morte, que influencia Light a usar o caderno para começar a fazer o seu trabalho e matar pessoas.
A primeira morte acontece. Adivinhem quem morre? Um dos valentões da escola.
A partir do poder do caderno reconhecido, tudo se desenrola. E nasce Kira que irá julgar e limpar esse mundo terrível.
Analisando…
Bom, a sinopse já contou com alguns pitacos de análise, mas irei completar aqui.
Como falei, o começo e o contexto, são bem clichês.
As coisas acontecem rápido demais para despertar qualquer emoção, expectativa ou empatia por parte do espectador.
Não há nenhum clímax ou mistério quanto ao caderno. Quanto a encontrá-lo, quanto a testá-lo, quando vê, já tá morrendo gente aos montes. As cenas de morte são bem pesadas mesmo, o que, para quem gosta de algo mais hard, talvez seja bom. Realmente causa alguma comoção.
Sobre a investigação, fraquíssima. As deduções por parte de L, assim como quase tudo no filme, ocorrem rápidas demais. Sem muitas explicações, sem que possamos admirar o personagem.
Acho que a única coisa boa mesmo, é a atuação de Margaret Qualley, como Mia Sutton. Achei uma atuação realmente bastante convincente. É ela quem dá um tempero e traz alguma emoção ao conturbado e estranho relacionamento entre Mia e Light.
Dragon Ball Evolution se repete – analisando a partir das expectativas criadas
Então, dei uma exagerada, o filme não é tão ruim quanto Dragon Ball Evolution. No entanto, assim como ele, quase nada tem a ver com o anime, senão os nomes de alguns personagens.
As regras do caderno, algo tão importante no anime, eram consultados lá de vez em quando. Também nem sempre eram fieis ao anime.
Claro que é uma adaptação, mas aí se adapta o contexto ao redor, e não algo que é principal.
Entendo o contexto dos EUA, mas se toda escola por lá é clichê assim, então eu tenho pena dos adolescentes americanos.
Sobre a batalha entre L x Kira, que é onde ocorre o clímax do anime. Não chega nem perto do que ocorre no anime.
Não há tempo, e nem oportunidades para pensarmos: “Esses caras são muito gênios.” “Nossa, olha no que ele pensou, foda demais.” Com a exceção do plano do Kira no final, que é bastante interessante e extremamente bem arquitetado. Mas é só isso também.
A atuação de Keith Stanfield, também não é de todo ruim. Porém, ele fracassa ao tentar imitar as excentricidades e mania por doces do L do anime. Fica bastante forçado. E, no fim das contas, o principal culpado por isso ficar meio chato, não é nem o próprio ator, mas o entorno dele. Ninguém parece se estranhar tanto com os comportamentos de L. As excentricidades dele, quase que passam batidas pelo restante dos personagens.
Conclusão final e nota
Se o objetivo do filme era, se não repetir a história, mas ao menos repetir as emoções, sensações e empatia geradas pelo anime, ele fracassa totalmente. Em nenhum momento é gerado no espectador qualquer sentimento semelhante ao sentido ao assistir o anime.
Não conseguimos nem torcer para L ou para Light. Quase não há tempo para ter empatia por nenhum dos dois.
Como filme em si, ele é muito rápido. Em um dos posts comentando com base no trailer, eu havia dito que talvez o filme seria bom para quem não conhecia a história do anime. Nesse caso, eu acredito que foi o contrário, quem não conhecia, talvez tenha tido dificuldade para entender, e também não deve ter sido fisgado pelo roteiro raso.
Imagino que Death Note, com toda sua profundidade, precisaria de ao menos 3 horas, ou uma série de 2 ou 3 filmes para que tudo fosse abordado com a importância correta. O que ocorre é um super resumo, com tudo muito rápido em 1 hora e 40 de filme.
Não sou de dar notas, mas se fosse para dar, eu diria que merece 1,5/10.