Na cidade violenta e futurista de Mega City One, a 120 anos no futuro, a polícia tem autoridade para agir como juiz, júri e carrasco. O juiz Dredd (Karl Urban), o mais temível deles, recebe uma missão: fazer um teste com uma juíza novata, a poderosa médium sensitiva Cassandra Anderson (Olivia Thirlby).
Confesso que pouco conhecia sobre as HQ’s de Juiz Dredd, mas apenas lendo alguns resumos e trechos os meus olhos saltaram, um universo interessante, denso e dark, um dos melhores universos distópicos que conheço.
O filme começa acelerado, demonstrando o caos que aquele mundo é, cenas muito bem realizadas, uma visceralidade que não poupa o espectador de nada. Desde o primeiro segundo em cena Karl Urban demonstra uma imponência que acrescenta ao personagem um tom pesado e sombrio, mesmo com grande parte do rosto coberto ele consegue entregar uma atuação praticamente impecável. Somos apresentados de forma soberba ao “O Juíz”. Após retornar para central, Dredd é designado para treinar uma novata, que mesmo reprovada em todos os testes vai para o treinamento em campo, sendo que o motivo para o tal fica bem explicado no filme.
Ao indagar ao Dredd sobre qual local deveriam ir, ele explica que cada juiz age onde ele determinar e mostra a enorme desproporção entre juízes e crimes, nos deixando claro mais uma vez como esse universo é caótico e violento. Ao investigarem um caso de homicídio os dois juízes são encurralados no edifício que é dominado pela maior gangue da cidade, comandada por Ma-Ma (Lena Headey), que está ganhando cada vez mais poder com a distribuição de uma nova droga, o Slo-Mo.
A partir daí o filme se torna em um impressionante thriller. O filme possui uma estética única que remete aquele universo, as cenas de ação são bem realizadas, com um realismo que choca o público, porém que dá o tom sombrio ao filme. A química entre Dredd e Anderson, não como par romântico mas como mestre e aprendiz, funciona muito bem devido a ótima atuação de Olivia Thirlby, que desenvolve a sua personagem muito bem durante o filme. Lena Headey está confortável como a vilã e convence também. O roteiro do filme é um grande ponto a favor, não se deixando levar por frases de efeito e se valorizando com um enrendo muito bem desenvolvido, diálogos bem trabalhados e que condizem com o universo criado. A direção é muito boa e coerente, com cenas de ação e suspense muito bem realizadas, nunca deixando o filme muito lento ou rápido.
Sem dúvida uma grata surpresa, um filme do ano passado, mas que merece ser lembrado. Recomendado!